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por Maria Eugênia Couri

Brillat-Savarin, cordon bleu de primeiríssima linha,era um apaixonado pela gastronomia, por ele elevada à categoria de arte e de ciência com a obra “La physiologie du goût”.Uma apologia do bien-vivre e das boas maneiras,marco na literatura gastronômica,que contém ensinamentos e opiniões atemporais.

Convidar alguém significa ocupar-se de sua felicidade durante o tempo que ele estiver sob o nosso teto“, escreveu ele.

   

Humberto Passeado, o querido chef que nos chefia, adepto  do pensamento de seu também ilustre colega, nos recebeu para um almoço inesquecível,para sempre guardado nos arquivos da mémoria e do coração. Onde encontrar ambiente tão acolhedor , braços tão abertos,detalhes carregados de afeto,amorosamente garimpados e descobertos com tanta sensibilidade e paixão neste mundo,vasto mundo?

Na Rua do Sol,n° 20, lá na Serra da Moeda. Não há como errar… siga as setas do coração, encontre a esperada placa “Hum”, vire à direita na Rua da Amizade,que,certamente, lhe levará onde você quer chegar.

Impossível explicar a deliciosa mistura com que nos deparamos e fomos envolvidas naquela tarde maravilhosa: um mix de requinte,capricho, bom gosto, cuidado, afeto, história de vida, lembranças,sonhos….Mestre da alquimia, Elle bem sabe como tudo dosar para conseguir o resultado final. Tendo como trilha sonora uma seleção musical de primeira linha e um jardim agradecido pela chuvinha serena como pano de fundo, fomos convidadas a nos sentar à  mesa, lindamente posta.Pratos antigos, talheres de prata, taças de cristal e xícaras de café de colecionador, tesouros do acervo pessoal do anfitrião , nos encantaram e nos deram a certeza de estarem à altura do que viria a seguir.

Ingredientes colhidos na horta e no pomar, receitas saídas do fundo do coração,tudo temperado com amizade, saudade, alegria  do reencontro, prazer da nova etapa de vida, gosto de sonho quase realizado. Não tinha como dar errado!

Tudo isto, sábia e amorosamente misturado, resultou numa comida maravilhosa, acrescida do sabor de “Comfort food”, a comida emocional – aquela que desperta sensações agradáveis  e evoca o prazer e o bem-estar ligado à infância, à história de vida,aos bons momentos já vividos – um contraponto ao “Fast food”!

Mas, vamos ao melhor da festa, o que ele preparou para degustarmos, uma deliciosa sopa creme de moranga, gengibre e camarões,seguido por um lombinho com molho de jabuticabas do quintal e batatas assadas ao creme. Como estávamos com saudades destas delícias. Para a sobremesa uma taça de chocolate crocante, bananas picadas e chantilly de café. Licores, e aquele café cheiroso e gostoso que só ele sabe fazer.

Três taças não são suficientes para serem erguidas para Elle!

Um brinde especial à sua serenidade, à sua coragem de virar a página e partir em busca dos sonhos e da real felicidade…sem se esquecer das eternas alunas e fãs!

 

 

 

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